Te tenho dentro

“E que amanhã tudo talvez/ Nos apareça claro como foi no início/ A mesma ilusão de amor nos faz saltar feliz/ De um novo precipício. (...) Tudo é possível, não há nada que se possa deter/ O que era impossível acaba de acontecer (Paulinho Moska, in Tudo é Possível)

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Não me detenho

Te tenho

Dentro

Carrego tuas curvas

E precipícios

Teu riso e voz

É tudo o que resta

O que olho pela fresta

Pela foto

Pelo que ficou no infinito

Onde tudo se acenta

Os erros e acertos

O secreto

E os relevos

O abstrato

O substrato

Sumo

Consumo do impossível

O risível

E o sério

O amor e a mágoa

A gula e a sede

O sexo quieto

Meu no teu carinho

Caminho

Vento e tempestade

A cidade de pedra silencia

O telefone não toca

A caverna se habita

Nave vazia

Maria

Ave

Que apatia

Onde foi a alegria/ tesão

Tensão permanente

Eu no teu ventre

Parto impossível

Contrário

Sigo na busca

Luz e precípício à frente

Salto sem aparo

Incito-me

Insisto

Em correr perigo