Palavras
Se eu fosse todo palavras
Queria poder compô-la em versos
Fazê-la canção tocada em silêncio obtuso
E quem sabe bebê-la em tragos curtos
Regá-la com beijos e alentos
Pois, banho-me todo nu a luz do teu olhar
Tal como pedaço sem vida
Célula morta que se regenera
E hoje eu sei que amanhã
Será o começo de um sonho
Quando o amor deitar em seu peito
Num sonhar eterno e terno
Num querer sem medida e censura
Num pulsar eloqüente ou obscuro
de um mesmo tino insano e puro
se por em teu peito como o último sol de um verão feliz
Me faria ouvir doce mentiras e verdades amargas
E a certeza de ter morrido um dia
Pra em teus braços viver de amor