O SER POETA
O SER POETA
Recupera palavras esquecidas,
regenera musas esmaecidas,
fala o óbvio, de forma inusitada,
veste os versos com humildade,
do comum, edifica a paz ansiada,
difere, não na forma, cor, textura;
mas no conteúdo, na peculiaridade,
retoca, maquia ritmo e compasso,
especifica todas conjecturas,
trilha versos, passo a passo.
Não por viver de amor e amar,
mas dá vida e alento ao extinto,
motivado por cálices de absinto.
Ama, por jardins da fantasia, anda
na cauda de um cometa, nos sinais
dos tambores, mensagens de fumaça;
contos de fatos, canto de fadas, vaga,
dança na linha do Equador, com graça,
ignora, vírgulas orfãs, os pontos finais;
permitindo ao leitor, razão de suas crias,
interagir, remexer, inaugurar utopias, ais
de amor, da dor latente e constante.
poeta e poesia se confundem, o bastante,
não se sabe onde nasce um e vive a outra.
[gustavo drummond]