O POEMA
Um dia eu falava da minha imensa saudade. Falava da minha amada que se foi deixando-me na solidão.
Entendia cá comigo que ela fora extremamente ingrata e cruel por me a abandonar sem motivos.
Sabia que eu a amava. Que sem ela a vida me seria difícil.
Não compreendia as razões que a fizeram tomar essa decisão e se afastar.
Indagava insistentemente: Por que a minha amada ingrata fez isso?
E nenhuma, absolutamente nenhuma indagação tinha resposta.
Nesse marasmo de pensamentos e divagações absurdas, o inesperado veio à tona com uma resposta manifestamente diferente e imprevisível:
Não meu amor. Eu jamais te abandonei. Estou presente, ao teu lado diuturnamente.
Acontece que já tens um amor verdadeiro. Já não precisas mais de mim.
Eu fui e continuo sendo apenas aquele poema que antes dele tu precisavas.
Agora tens um amor para amar. Faça desse amor a tua inspiração.