Dos belos propósitos
Talvez eu esteja enjaulado por direções que me fogem
Inerte, os olhos de um corpo contrário miram o branco dos horizontes
E entre uma música e outra, entre uma arte e outra, falsamente se adoça a alma
Açoitada pela própria conformidade
E nessa dança fria que se nega a cada instante
As emoções são incapazes de denunciar
O que transcorre nesse corpo que é mais que melancolia
E derrama no desejo que é mais que alusivo
Em ansiedade se desloca o deleite
Resiste, se defende, se alucina e se cobre de saudade
E se sustenta por um amor, que mais que conforta
É mais que carícia e divina pureza
É estado de realização onde se rasga toda a angústia
Necessidade explícita e mais que vital
Espelho regado de plenitude e paixão
É delírio, presente, sincero e total