TODOS OS VENTOS

O que antes era só canção e poesia

Desperta-me na madrugada

Dizendo de coisas

E paisagens desconhecidas

Meandros de mim mesmo

- Quase que inexplorados –

Na frenética busca

Por caminhos outros

Que não os estabelecidos nos mapas.

Os riscos, alertam-me,

São parte da viagem e da vida. . .

Surpresas e encontros

Feito um cão inesperado

Que se entrelaça em minhas pernas

Na noite perigosa do Calçadão de Copa

Provocando surpresa

E fazendo disparar o coração

Que sai pela boca

Recusando-se a voltar ao escuro lugar antigo

Continuando o passeio ao meu lado

Do lado de fora do peito

Em paralelo ao rio de automóveis e possibilidades

Que desaparece diante de olhos apaixonáveis

- também ele (coração) - em busca de novos olhos e ares. . .

Normal que o mundo e o céu

Riam dos que, acordados, cultivam

Certezas e passagens secretas

E o que dentro delas se esconde:

- Sejam mares guardados em palavras

Ou todos os ventos em concha jogada à praia –

Pois a alma em busca de si mesma

E de novos modos de trilhar antigos caminhos

Não mais duvida ou vacila

Diante do que ainda não tem nome

Ou forma definida

Feito o escultor diante do mármore

Dando vida, pouco a pouco, ao objeto que advinha. . .

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na madrugada de 13/01/2013 -