Coração
Coração
Esse coração cheio de espinhos de roseiras vermelhas,
Que eu prezo tanto em criar,
Como rubi bruto, que tento tanto lapidar,
Esse amor calmo e sereno, que teimo em continuar a ganhar.
Quando eu te vejo e você me vê,
Ficamos num céu puro sem nuvens cinzas,
Que de encanto em cada canto vou caindo,
Como poesia feita em plumas de algodão.
Em paz vou ficando, acalmando meu coração.
Mesmo com aquele sorriso amargo de te ver em braços alheios,
Vou deitando na minha cama vazia,
Com minhas rosas como coroa de espinhos.
Engolindo esse dissabor amargo,
Como o seco vinho.
Contorno meu coração, e logo depois me encerro em solidão,
Vou compondo minhas litanias na amargura de um amor castrado,
Vou recitando cânticos de amores rasgados,
Tentando acalmar um coração,
Ainda apaixonado...