Confortáveis Ombros
São tantos risos apoiado em seus confortáveis ombros,
e tantos choros, imerso a terríveis escombros.
São manhãs iguais a quaisquer outras, mas, não defino
como monotonia, e sim, como um recanto seguro.
Às vezes, olho para o nada, e constato um enorme vazio,
inevitavelmente, respiro fundo, e sinto um perturbador arrepio!
Mas, nessa lacuna latente e real, observo os seus significantes
olhos a me contemplar. Vejo- me em sua atmosfera tão necessária,
e como por encanto: estou feliz em seus braços, a anos-luz desse escuro...
São tantos risos apoiado em seus confortáveis ombros,
e tantos choros, imerso a terríveis escombros.
São tardes costumeiras em dias morosos, cujo pano de fundo,
é o amor sem limites, com todas as suas mazelas, e delírios.
Em alguns momentos, profiro palavras contundentes. Mas, saiba
querida; são palavras sinceras, cabíveis, em resumo: transparentes!
A interpretação, nem sempre é construída de maneira sensata, mas,
o tempo é dinâmico, e vai deixando os seus rastros de sabedoria. O tempo
corre, e ao correr: esclarece em detalhes o real significado das cousas, dos martírios...
São tantos risos apoiado em seus confortáveis ombros,
e tantos choros, imerso a terríveis escombros.
São noites simplórias e verídicas, sem mirabolâncias, sem
contextos falsos, enfim; noites de suma importância, significativas.
Os desentendimentos surgem, é algo absolutamente normal, mas,
junto deles, chegam as aprendizagens de forma tranquila, natural.
Tudo, exatamente tudo é posto em pratos limpos, nada escapa
a essas observações pertinentes. Tudo é proferido longe das
penumbras, sem rodeios; tornando-se fácil com tais iniciativas...
São tantos risos apoiado em seus confortáveis ombros,
e tantos choros, imerso a terríveis escombros.
São inúmeras primaveras, outonos, verões e invernos. Uma
vida repleta de alegrias e tristezas: um viver real e concreto!
Existem centenas e centenas de situações prováveis, mas,
apenas situado ao seu arredor, sinto-me pleno em sentimentos renováveis.
Sou exatamente o que visualiza às claras, às escuras: um indivíduo que carrega na mala, acertos e erros. Sem máscaras que distorçam o caráter, a matéria.
Sou vácuo e substancial. Vivo à deriva no sistema, e em seus domínios, com destino certo...
Alexsandro Menegueli Ferreira -28 de abril de 2013 às 21:10 do Domingo