CONSELHO DE PESCADOR.
Procurei muitos lugares para me esconder da dor e da saudade. Ambas me maltratavam muito.
Refugiei-me em baixo de pontes e viadutos, sem lograr êxito, pois quando eu menos esperava lá elas estavam.
Emboquei numa cascata e desta adentrei uma grande gruta escura habitada por morcegos, roedores e insetos diversos, julgando ali estar seguro.
Ma que nada. No marasmo do ambiente de som tétrico elas apareceram e começaram a bailar aos meus olhos.
Ainda assim, pisando na areia fina e em rochas já amolecidas dado a umidade, apalpando em estalagmites fui invadindo mais e mais, percebendo então que estava numa enorme caverna.
O minúsculo filete de luz ficara muito para trás, por isso me distanciei muito em busca de outros horizontes.
De repente do nada, abriu-se uma cratera de onde vi o sol se recolhendo triste. Também se sentia só. Sem vida.
Senti-me feliz, mas foi por pouco tempo. Numa fração de segundos à minha frente estavam as duas rindo e zombando de mim.
Que maçada. Onde mais poderia esconder-me? Foi então que lembrei as palavras de um velho pescador;
“Quando estiver só, diante de imensa saudade e com dor no peito, carente de amor procure uma praia e vai para o mar. Lá encontrará lenitivo. Sempre haverá uma sereia disposta a alegrar um coração abandonado e doente“.
E não é que deu certo? Dali mesmo corri para a praia e mergulhei depressa. Nadei e me distanciei o máximo possível. Depois tudo aconteceu depressa.
A minha sereia apareceu. E agora não deixa a saudade enjoada aproximar-se. Por isso a dor foi embora. Mesmo assim continuo me escondendo e desfrutando do mar. Eu e a minha sereia merecemos.
Procurei muitos lugares para me esconder da dor e da saudade. Ambas me maltratavam muito.
Refugiei-me em baixo de pontes e viadutos, sem lograr êxito, pois quando eu menos esperava lá elas estavam.
Emboquei numa cascata e desta adentrei uma grande gruta escura habitada por morcegos, roedores e insetos diversos, julgando ali estar seguro.
Ma que nada. No marasmo do ambiente de som tétrico elas apareceram e começaram a bailar aos meus olhos.
Ainda assim, pisando na areia fina e em rochas já amolecidas dado a umidade, apalpando em estalagmites fui invadindo mais e mais, percebendo então que estava numa enorme caverna.
O minúsculo filete de luz ficara muito para trás, por isso me distanciei muito em busca de outros horizontes.
De repente do nada, abriu-se uma cratera de onde vi o sol se recolhendo triste. Também se sentia só. Sem vida.
Senti-me feliz, mas foi por pouco tempo. Numa fração de segundos à minha frente estavam as duas rindo e zombando de mim.
Que maçada. Onde mais poderia esconder-me? Foi então que lembrei as palavras de um velho pescador;
“Quando estiver só, diante de imensa saudade e com dor no peito, carente de amor procure uma praia e vai para o mar. Lá encontrará lenitivo. Sempre haverá uma sereia disposta a alegrar um coração abandonado e doente“.
E não é que deu certo? Dali mesmo corri para a praia e mergulhei depressa. Nadei e me distanciei o máximo possível. Depois tudo aconteceu depressa.
A minha sereia apareceu. E agora não deixa a saudade enjoada aproximar-se. Por isso a dor foi embora. Mesmo assim continuo me escondendo e desfrutando do mar. Eu e a minha sereia merecemos.