A SURPRESA


Gaguejei, gaguejei, gaguejei sem nada conseguir falar. 

Então chorei copiosamente como uma criança melindrada.

A emoção tomou conta do meu ser, nocauteando-me.

O que dizer? O que falar diante de tanta formosura?

Como explicar para aquela deusa que eu a queria?

Roguei mentalmente: Deus da-me o dom da poesia.

Faz de mim um poeta de voz mansa e convincente.

Assim tentava a todo custo concatenar as idéias.

Precisava fazer aquela mulher entender que eu a amava.

Daí o inesperado me surpreendeu de forma inusitada.

Aquele símbolo de beleza se aproximou me dizendo:

- Não é preciso falar nada meu amor. Apenas me beije.

E me ame muito. Há tempo espero por esse momento.

Diante daquela tranquilidade, meiguice e ternura me calei.

E beijando espantei a gagueira inesperada que me atacou.

Entre nós os sussurros e murmúrios fluíram naturalmente.