MOULIN ROUGE: O ESPETÁCULO DA VIDA EM OITO ATOS (DE SEDUÇÃO)!


Camarim - Maquiando Sedução!
 
Os pincéis da paleta de maquiagem
À guisa de pincéis na paleta de Monet
Pintam na face feminina a sedução
E o esplendor que muito mais causam
IMPRESSÃO que o NASCER DO SOL!
 
Jogo de luz e sombras para a noite:
Glitter para iluminar e dar um ar de estrela;
Sombra para cobrir de mistérios e aprofundar
O olhar, por vezes em cor complementar,
Por vezes traindo o mistério com cores
Cintilantes para o espetáculo abrilhantar!
 
No rímel do fascínio
Os longos cílios realçados:
Brisas de charme abanando
Como um leque formoso
De altivos olhos de pavão!
 
O lápis a desenhar os olhos
Como em um esboço
De expressiva provocação,
Delineado de forma a tornar
Indeclinável o penetrante olhar!
 
O rouge a dar profundidade
E realçar as maçãs do pecado,
Corando a corista que dificilmente
Ruborizará longe de lençóis ardentes,
Longe de aromas fermentados
Que escorrem pela boca, longe
Dos sabores destilados amargos
À garganta ou longe das misturas
Íntimas de um licor de alcova!
 
O batom carmim
– de formato sugestivo –
Convida para o apaixonado beijo
Pintando nos lábios o pecado,
A sensualidade e o desejo;
Outrora foi símbolo de nobreza
Ou símbolo de proibitiva lascívia
– “Tons claros para as donzelas
e escarlates para as meretrizes!”,
dizia a pomposa sociedade
com moralismo e hipocrisia!
 
 
Camarim - Figurino para Ruborizar!
 
A tentação está em moda,
E a moda em exibição
Embelezando o espetáculo!
 
Os olhares femininos
Principiam pelos pés
– sempre pelos pés –
Da dançarina esfuziante
Em trajes elegantes!
 
O salto alto do scarpin
A elevar a graciosidade
Na ponta dos pés delicados,
Fecundando a panturrilha
Com desejo e sensualidade!
 
Mas devemos deixar
A gruta do deleite para o fim,
E começar pelo cume
Da montanha da sedução
– não devemos confundir
com o belo Monte de Vênus
que vistoso marca o local
de entusiástica visitação!
 
O deslumbrante penacho
Da ave sedutora a cortejar;
A gargantilha em diadema
Coroação do decote;
E o corpete a realçar a cintura
Formando a taça dos desejos
No transbordar dos belos seios!
 
As mitenes a acetinar
Os braços até a altura
Das auréolas da tentação
De mulheres irresistíveis
Como anjos de perdição!
 
O luxuoso cetim que faz
Brilhar a grande estrela;
As rendas a enredar e render
A todos os presentes;
E a saia longa em camadas
De sedutores babados
A inundar de desejo
As bocas entreabertas
Ansiando sedentas
Pelo entreabrir das longas pernas!
 
A cinta-liga a cravar os dentes
Nas sensuais meias arrastão,
Com paixão puxando-as para si
E elevando a sedução em direção
Ao aconchegante calor da virilha!
 
A singular jarreteira – tiara da volúpia –
Ímpar no jogo da sedução
Liga a perna aos olhos famintos
Que o meio da avolumada coxa devoram
Com uma voracidade digna da luxúria
Do Rei e da Condessa dissimulados
No nobre lema da lendária gênese
Da poderosa Ordem cavalheiresca:
"Envergonhe-se quem nisto vê malícia!".
 
Duas ligas que redundam na função
Mas se complementam na sedução;
Duas ligas para a química que une
Ouro e prata, sol e lua, homem e mulher 
– poderosa alquimia; poderosíssima magia!
Aqui não há excessos, não há exageros;
Apenas o deleite e o êxtase da plateia!
 
 
Preparativos - O Palco: Tela para a Paleta de Luzes!
 
O desenho de iluminação a trabalhar
Eroticamente no espetáculo a poética!
As luzes das exultantes estrelas em foco
Sem projeção jamais estarão no Poema!
 
Plano-convexo, fresnel, scoop,
Elipsoidal, ciclorama, canhão:
Todos pincéis nas mãos daquele
Que com luzes pinta sonhos e ilusões!
 
Como tinta a paleta de luzes aditivas
De encanto, fascinação e deleite;
E luzes subtrativas de preocupações,
Problemas, infortúnios e tristezas!
 
Com sensibilidade, técnica e estética
Tem o “Pintor” como tela o palco
Com todos os seus elementos
E adereços; e as dançarinas
Com sua maquiagem e figurino!

 
Com luzes a pincelar o palco, adiciona
Às coreográficas e cenográficas pinturas
Toques impressionistas que realçam
A beleza e a sensualidade do espetáculo!
 
A iluminação em máscaras e gobos
A composição do palco complementam
Qual uma obra de arte maravilhosa,
Digna de inspiração à Toulouse-Lautrec!
 
O calor aumenta com a iluminação
Do espetáculo luxuriante de luxúria!
Filtros vermelhos e magenta dão a luz
À paixão, emoções e instintos proibidos;
Luzes que insinuam odores, texturas
E sabores estimulantes à tácita libido!
 
Toda esta rica e maravilhosa
Linguagem plástica proporciona
Um banho de luzes que inunda
O palco e as dançarinas saltitantes,
Transbordando os atentos olhos
Da acalorada plateia a cintilar!
 
 
Ato I - Cancan: os Ruídos, os Passos e a Música!
 
Da Polca e da Quadrilha
A inovadora mescla
Nos passos saltitantes
E firmes das radiantes
E belas Chahuteuses
– passos ilegais no início
da artística coreografia
erótica de uma alegre
dança destinada à fantasia! 


Passos altos e lépidos
Às delineadas e longas pernas
Com vigor mostrando,
Que à escandalosa e famosa
Dança inglesa imortalizaram
E popularizaram na alegre
Vida francesa mundana!
 
Belas e agitadas em meio
Às sempre suspensas saias
– de um lado a outro agitadas
pelas barras e ao seio trazidas –
Em meio a propositais ruídos
E ao animoso som de Offenbach!
 
Com o battlement chama a atenção
E com o rond de jambe a dançarina
A todos hipnotiza para os corações
Furtar ao se virar de costas e juntar
Os sensuais tornozelos para a saia
Levantar ao debruçar os belos seios,
Exibindo o universal símbolo do amor
E de toda paixão e desejo: o coração
Do pecado avolumado, arredondado
E aveludado por trás das virilhas
cálidas e úmidas com as quais
compartilha o brilhante cetim
Que acima da jarreteira carmim
Veste a intimidade ao colar
Na despudorada pele marfim!

 
Então algo mais que os ânimos
Da eufórica plateia levanta
Com o port d’armes a longa perna
Que abre a intimidade qual leque
De desejos e a liga escarlate
Ao olhar de luxúria entregue
Que cai ao solo a fim de esconder
As delícias exibidas na maliciosa
Brincadeira a fim de finalizar
O espetáculo com o grand écart!
 
 
Ato II - O Cabaré.
 
Erigi-se a famosa torre visível
De qualquer ponto da capital francesa
Em meio à inauguração do paço
Do rubro moinho de vento;
Ao passo que outro paço no Brasil ergue-se
Ao inaugurar uma nova forma de governo
– de romanos e gregos a antiga herança
(“Presente de grego!”, dizem os Bragança)!
 
Na movimentada e sensual
Boulevard de Clichy
Este moinho vermelho
De fantasias e volúpia
O luxo ostenta pisando o norte
De Paris com seu Pigalle escarlate,
Chamando a atenção com o charme
De seus letreiros luminosos
Compondo as luminárias
Do famoso distrito da “luz vermelha”
A iluminar a vida noturna da capital!
 
Moinho de vento,
Ventos da cor da paixão!
Moinho vermelho que marca
O vistoso local de visitação
– ponto turístico obrigatório
para a curiosidade, para a festa,
para o deleite e o glamour!
 
Luzes dando a luz à festa
E à entrada do prazer marcando
Ao desenhar em atraente neon
O doce e cálido sussurro: – Moulin Rouge!
 
 
Ato III - A Casa de Espetáculos.
 
Na mais famosa casa de espetáculos
Ainda é sentida a agradável presença
Da elegante e curta Belle Époque
Qual infravermelho espectro;
E os ecos do passado pode-se ouvir
Nas vozes dos antigos proprietários:
– O primeiro paço de mulheres!
 
Para a disputa das velozes
E briosas dançarinas, ampla pista!
Por toda a parte espelham-se
As diversas classes parisienses!
Luxuosas galerias para o vernissage
Do glamour erótico pintado na pele,
No chão e nas paredes – arte imortal!
Com presas de marfim o exótico gigante
– inspiração circense na alvorada –
A adornar o Jardim das Delícias
No Paço dos Passos de Cancan
Que às faces de Nefzaui rubor traria!
 
Os ventos do tempo movem o moinho
Que em teatro concerto se converte:
Ópera, musicais e dramaturgia
A outro nível levam a fantasia
 – por vezes o divertido Burlesque
com toda a elegância que merece!
 
Mas quando sente o país o peso terrível
Do negro coturno do Führer, tudo eclipsa
– o odor pútrido sentem dos mártires
da revolução, e do fantasma de Marat
ouvem  as horripilantes lamentações!
 
Quando a maior águia do Novo Mundo
À maior águia do Velho Mundo devora,
Perdem seu banquete os tétricos
Comensais da morte, pois toda
A suástica e suntuosa mesa é retirada!
 
Tempos de fome para o ínclito
Cabaré à nova administração
O cardápio levam a mudar
Com uma nova e criativa receita
Para a antiga glória restaurar:
O jantar-espetáculo!
 
A receita agrada ao paladar cosmopolita
E toda a magnificência resgata
A tradicional e apaixonante casa!
 
O cardápio variado de espetáculos
Servidos junto a jantares saborosos
Tem alimentado todo o glamour do cabaré
E trazido à lembrança os tempos áureos,
Mas de seu apogeu o sabor já não se nota,
Comprometendo a ansiosa e cara degustação
– continuará agradando o paladar da população?
 
 
Ato IV - O Templo da Luxúria.
 
Deusas, sacerdotisas e devotos
Celebram os rituais de luxúria
Nesse templo pagão de prazer
E festividades luxuriantes
Com vinificadas poções rúbeas
Ou absínticas poções esmeralda
Vertidas nos cálices da perdição
Que entorpecem os sentidos
E elevam os ânimos de fiéis
Devotos como Toulouse-Lautrec!
 
Um grande templo do cancan
Cuja entrada se encontra
Sob um velho moinho de vento
Em um noturno vilarejo parisiense
De luz vermelha incandescente!
 
Entre as sacerdotisas
Da Deusa da Luxúria
– adorada em altares
de sangue e paixão –
Uma se destaca
Por seu doce recato
Falso e encantador:
 
Corine, a bela corista excitada,
Ao pudor contrariamente corada
Pelo calor que corre como sangue
Que ferve em ebulição nas caldeiras
Das sensuais cadeiras, a declinar
Relutante os tentadores convites
Em respeito ao festival de infertilidade
E sexual liberdade que tinge
De escarlate sua deliciosa intimidade
– selo mensal que se rompe em ritual
natural e sangrento de luto breve
e manchado apenas reservado
a um restrito grupo de iniciados!
 
Mas em meio à dança
Ritual das demais coristas,
A primavera dos corpos
Aos ritos da paixão convida
Nos festivais de fertilidade
Celebrados no Templo da Luxúria!
 
Em nome do prazer e da liberdade
Oram os devotos à deusa pedindo
Proteção contra a natureza
Que com inocência deseja
Em abundância se reproduzir
Para camas e mesas suprir,
Mas deveriam com mais fervor
Pedir para não serem os escolhidos
A serem entregues em sacrifício
Nas venéreas colheitas de outono!
 
 
Ato V - O Espetáculo!
 
Ao abrir das rubras cortinas,
Inúmeras estrelas do rutilante
Espetáculo em constelações
De diferentes cores e magnitudes
Dançam sob a luxuriante
Abóbada a iluminar o palco e todos
Os exóticos – ou eróticos? – figurinos!
 
Sedutoras mulheres
Vestidas com luxo e luxúria,
Vestidas com as fantasias
Dos homens e das mulheres
Que as desejam, vestidas de paixão,
Irresistíveis a perderem-se em meio
Ao leque de franjas e rendas
A revelar a intimidade poderosa
Da lingerie escandalosa
– escândalo para uns,
sensualidade para outros!
 
Mulheres fascinantes
Perdidas entre belas saias
Esvoaçando ao revelar
Das belas pernas a dançar
Ao som de animados acordes
De pura euforia e alegria!
 
As plumas a seduzir
Como pássaros em cortejo,
Dançando, se exibindo
Como a ave-do-paraíso
– paraíso de volúpia –
Ou como um altivo pavão
E sua cauda de cem olhos
– olhos que hipnotizam!
 
O glitter e os paetês
A cintilar sob as luzes
Do atraente espetáculo;
O luzidio acetinado
Em grandes leques
A dar um ar luxuoso;
A jarreteira e a gargantilha
Marcam os desejados
Locais dos lábios a beijar;
Cristais pendem como fios
De aracnídea seda para apanhar
A damas e cavalheiros na sedutora
Teia da sugestiva e dócil tarântula
Ou da perigosa e pérfida viúva negra! 

 
O fim do espetáculo traz
À frente as seminuas vedetes
Que de tão tentadoras prendem
Aos seios o olhar da plateia
– alguns a olhar de soslaio!
 
Viram-se de costas
Para a plateia as voluptuosas
Artistas e se ajoelham unindo
As coxas para se debruçarem
Desfalecendo de deleite
Ou de desejo sobre os cotovelos
Apoiadas oferecendo a todos
Uma bela e ampla vista
– para o mar de desejos? –
Como um sedutor convite formado
Pelo universal símbolo do coração
– como os veem partidos,
insinuam amor ou paixão?!!!


 
Ato VI - O Espetáculo da Vida: Uma Estrela Deixa o Palco!
 
As cortinas da vida se abrem
E os olhos ávidos refletem
A calorosa luz das estrelas
Do belo e elaborado espetáculo
Em que minha vida se converteu,
Tendo meu coração como palco
Das escarlates dançarinas
– sou o carnal Moulin Rouge!
 
Dos males da hipocrisia não padeço:
Transitam pelo espetáculo inúmeras mulheres,
Mas apenas o camarim de algumas conheço!
 
Quando escolho a artista principal
– a vedete, a estrela do espetáculo –
Os outros camarins já não visito
E apenas essa estrela compõe
O noturno céu de minha misteriosa alcova
– não pode ser como a estrela-d’alva,
que luz própria infelizmente lhe falta!
 
Em alguns aspectos a La Goulue
Lembrava a estrela do espetáculo
– aspectos que a tornavam indesejada
e da nobre casa comprometiam o alto nível!
 
Abandonou a apresentação
Em um último ato de desrespeito,
Em meio a um “ataque de estrelismo”,
Deixando o famoso palco
E o camarim com ímpeto!
 
Porém, a insensatez
Dá lugar a um átimo de razão,
E desempregada pede
Para ao palco voltar a brilhar,
Mas fulgor já não mais vejo
E virtudes já não mostra
– seu brilho enganoso
não mais pode me ludibriar!
 
Neste palco em que pisava
Com salto agulha apenas
Para me ferir e enfeitiçar
Com seus abjetos sortilégios,
Não poderá mais se apresentar
– nas inúmeras casas
que meus espetáculos copiam,
trabalho deverá encontrar,
mas deve saber que jamais
conseguirão em qualidade igualar
aos meus, pois são únicos e originais!
Nem para assistir no Moulin Rouge
Voltará a entrar e do lado de fora
O espetáculo poderá escutar!
 
 
Ato VII - O Espetáculo da Vida: Nasce uma Estrela!
 
Das cordilheiras sul-americanas
Uma nova e encantadora vedete trarei
– contratada já está – e ao espetáculo
Um caliente tempero latino adicionará!
 
Por hora se encontram
Desfalcadas as apresentações
E muito atrativas e agradáveis
Não se mostram, mas quando
A verdadeira estrela chegar,
Ofuscará a todas as dançarinas
Com seu brilho, e toda a plateia
Um banho de luz receberá!
 
Esta diva foi esplêndida nas audições
E no espetáculo se encaixará perfeitamente,
Pois é modelo e atriz além de bailarina,
E sua voz terna e bela o canto inspira!
 
Descobri esse grande talento quando a vi
Vendendo flores e sonhos nos restaurantes
Enquanto a todos encantava com seu canto!
 
Detém o charme da imortal Mistinguett
E compartilha de suas virtudes e talento
– sensualidade, sinceridade, inteligência,
carisma e beleza são apenas o começo!  
 
Pela irresistível artista principal
Estará o dono do estabelecimento
Perdidamente apaixonado?
Sim, trata-se de um clichê,
Mas um clichê delicioso,
Pois não devo me preocupar
Com o que a crítica tem a dizer
Sobre um espetáculo tão íntimo,
Afinal, se trata de um espetáculo
No palco da minha vida!
 
 
Ato VIII - Grand Finale!
 
O negro e amplo manto noturno bordo
Com o luminoso fio do meu destino!
Bordo meus próprios pontos cruz duplo
Que às estrelas de minha abóbada
Celeste firmam – tenho minhas próprias!
 
Os pontos ligo para formar
A meu gosto as constelações
E às deusas do meu panteão
Particular homenagear!
 
Este manto todas as noites contemplo,
E com ele me cubro ao viajar sereno
Por meu mundo de sonhos e fantasias!
 
Com o fio vermelho da luxúria
No zênite bordo um belo moinho
Por ventos de amor e paixão movido
– enlevo e prazer tenho dele recebido!
 
Com fios capilares os portais do deleite bordo
– clima tropical quente e úmido na entrada –
E um fio luminoso para o letreiro puxo
A fim de eternamente meu destino ligar
Ao nome que agora passo a bordar: Moulin Rouge!
 
Os pontos estelares ligo
Ao palco bordado em formato
De coração com o vermelho fio,
Para que sempre brilhem
As constelações no espetáculo
Da vida que meu peito aviva!
 
Da principal estrela do meu
Abobadado manto puxo o ponto
Para o centro do palco, para que ela
Seja a eterna estrela do espetáculo;
E para ele pautas e notas musicais bordo
Para que dancem as constelações
Em graciosos giros ao redor dela,
Orbitando-a – da galáxia ela é o centro,
e a anos-luz de distância estão as outras!
 
Uma partitura de Offenbach bordo
Para o cancan dançar minha estrela
Com sensualidade, alegria e vigor
Apenas para mim, tendo apenas
Como saia meu bordado manto,
Uma nebulosa como corpete
E o crescente lunar como diadema!
 
Feito de pó de estrelas,
Apenas ínfimas partículas
Dessas deidades sou,
Mas próximo a uma estrela
Dessa magnitude me sinto
Um sol e passo a adorá-la
Orbitando-a, e nos tornamos
Ditosas estrelas binárias
Em eterna e harmoniosa
Dança no balé cósmico!
 
Assim são minhas noites boêmias
Na íntima variante da casa de espetáculos
Mais famosa do mundo perdida
Entre os segredos de minha alcova;
Não sai de minha mente a languidez
Do belo e doce sussurro: – Moulin Rouge...

 

Julia Lopez

21/02/2013



Nota sobre a foto: imagem promocional do Moulin Rouge!

 


Visitem meu Site do Escritor: http://www.escrevendobelasartes.com/

 

Julia Lopez
Enviado por Julia Lopez em 19/03/2013
Reeditado em 11/01/2024
Código do texto: T4196216
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