FULGOR E PAIXÃO
 
 
Vi na menina desabrochar o amor.
Mas nesse luzeiro que descortina
Vi também muito sofrimento e dor.
Pois naquele coração de menina
Havia paixão e imenso fulgor,
Desses que ao final nos desatina.
 
Ah! Essa menina que reascende
Um candeeiro há anos apagado.
Com vestes cintilantes de duende
Traz todo o esplendor do passado.
Dá-me a emoção que não se vende
E me deixa todo embaraçado.
 
Carente, tão só e desprotegido,
Esforço-me em manter o coração.
Para não acabar comprometido
E do amor desviar a atenção.
Posto que seja muito dolorido
Queimar-me no fulgor de nova paixão.