Minas *
Minas minha,
Minas de tantos gerais.
Minas de vales e montes,
de águas, de tantas fontes,
do azul dos horizontes,
belezas tão naturais.
Minas de sol e de clima,
Minas que o céu ilumina,
Minas de minas de paz.
Minas de letras e sons...
Minas de todos os tons,
de toadas tão antigas,
de modas, simples cantigas,
cantadas pelos caminhos,
pelos confins dos sertões.
Minas de fé, tradições,
minas de procissões,
que se arrastam com preguiça.
Minas de tantas missas,
missas comuns, comunhões...
Minas de orações,
das mães das meninas de Minas.
Minas de cheiros, temperos,
de mesas fartas, faceiras...
Minas de tantas cozinhas,
das beiradas dos fogões
e das comidas domingueiras.
Minas de pouca fala,
com tantos costumes e jeitos,
Minas de tantos encantos,
que canta pouco seus feitos.
Minas quieta, calada...
O silêncio é sua estrada,
o seu rumo... a própria sina.
Minas de tantas conversas,
de versos casados, com cheiros de rimas.
Minas de prosa sem pressa,
de causos contados,
por todos os lados,
nos quatro cantos de Minas.
Minas de liberdade,
cedo aprende que tarde
é nunca lutar por conquistas.
Minas de artes, artistas,
pelas vilas e cidades.
Minas de tantas minas,
Minas de simplicidade,
de gente simples que sabe,
que o simples também ensina.
Minas de tantas histórias,
Minas que me fascina.
São trechos, pedaços, são marcas...
são minas de minas de Minas...
* Todo chão, é um chão. O chão em que nasci, não é melhor que nenhum outro chão - dentre todos os que existem na face da terra -, mas carrego com um carinho sem conta, esse chão que aprendi a amar...