ANGUSTIA DE AMAR

ANGUSTIA DE AMAR

De dentro de mim ecoa um grito,

Audível, sensível ao ser infinito...

Seu rosto sem gosto aplausível,

Censura meus atos, meus sonhos.

Cala a voz... O pensamento não ouve,

São todos nascidos, de uma mulher.

Nos céus dos meus olhos,

Cintilam as estrelas trazidas dos seus;

Uma pérola resvala sob o rosto,

Brilhando o caminho por onde desceu.

Não foge a lembrança, não morre a esperança;

Estrelas, não ofuscam o fulgor, do amor que nasceu.

Levo-a em meu pensamento,

Vislumbrando-a nas coisas da vida;

Não a encontro, porém me defronto;

No peito a angústia deprime e assusta...

E longe se vão os meus sentimentos;

Na dor que extermina uma vida oprimida.

"Maio de 1982