Nossa cena e um redemoinho
Quando conversávamos
Prosas, poemas
Linguagens
Esquemas
Era corpo
Tato
Sem toque
Sensação de amor abstrato
Língua na língua
Sem beijo
Com rima
Quando as pupilas falavam
As cadeiras ouviam
Sentiam saudade
Os Dionísios interviam
Nos embriagavam
Ainda sem vinho
Os copos das tardes de café
Se encostavam
Era o destino redigindo-se
De salto
Perfume doce
No confundir dos olhos verdes
As piadas contadas
Ambiguidades
Próclises sonhadas
Ridas sozinhas
Num canto da sala
Uma tristeza alegre
Uma falta
Várias
Era espera
Pelas quinze horas
Era angústia
pelas nove e tanto
Desejos reprimidos em um canto
Do pensamento em redemoinho
Às vezes os vidros daquela sala pareciam se quebrar
Fazia sentido
Era o espaço enorme que o mundo nos guardou
Surgindo
De novo