Nossa cena e um redemoinho

Quando conversávamos

Prosas, poemas

Linguagens

Esquemas

Era corpo

Tato

Sem toque

Sensação de amor abstrato

Língua na língua

Sem beijo

Com rima

Quando as pupilas falavam

As cadeiras ouviam

Sentiam saudade

Os Dionísios interviam

Nos embriagavam

Ainda sem vinho

Os copos das tardes de café

Se encostavam

Era o destino redigindo-se

De salto

Perfume doce

No confundir dos olhos verdes

As piadas contadas

Ambiguidades

Próclises sonhadas

Ridas sozinhas

Num canto da sala

Uma tristeza alegre

Uma falta

Várias

Era espera

Pelas quinze horas

Era angústia

pelas nove e tanto

Desejos reprimidos em um canto

Do pensamento em redemoinho

Às vezes os vidros daquela sala pareciam se quebrar

Fazia sentido

Era o espaço enorme que o mundo nos guardou

Surgindo

De novo

Caio Márcio Rocha Coriolano
Enviado por Caio Márcio Rocha Coriolano em 15/01/2013
Código do texto: T4086690
Classificação de conteúdo: seguro