O POÉTA
O Poéta
Sonha o poeta deitado,
O sonho do sono seu,
Em pé, andando ou sentado,
Buscando o que não perdeu.
Vagando na imensidão,
Dos devaneios criados;
Na fantasia se veste,
Buscando em tempos passados,
Imagens quase reais
Das ninfas, musas e deusas,
Que nutrem seus ideais.
Oh! Poeta porque sofres?
Em teu mundo não há limites.
Não existe horizonte,
Entre o céu e o mar.
Trazes do infinito as estrelas,
Fazendo-as a terra beijar.
Que louco es tu, poeta!
Porque vives a chorar?
Oh! Poeta se tudo tens;
Que faço eu, frágil criatura,
Por não querer reclamar.
Canta poeta, teu canto,
Caminha na noite enluarada.
Segue a tua fantasia,
Teu sonho de tudo, em nada.
Teus versos, tuas canções,
O lamento a mulher amada,
Oh! Poeta, não lamentes,
A perda inesperada.
Segue a trilha, o caminho,
Para ti, tudo é estrada;
Não existem empecilhos,
Ao sonho da deusa amada.
Feitosa dos Santos, A.
Rio de Janeiro, o4 de abril de 2003