Placebo
Debruçar-se na janela e ver a vida pelos quadros
Se acomodar aos mesmos sons, sabores e direções
Em cada tela as mesmas imagens pintando a conformidade
Por possibilidades estáticas que envenenam a expansão da existência
No ócio intelectual seduzido por direções que se perdem
As mentes envelhecem, se dissolvem ao pó da terra onde nada mais brotará
Se extingue o bem que não se percebe, o tempo que transcorre silenciosamente
Autêntico, crava a dor mesmo sendo incorporal
E cala a essência humana, cerra os olhos da vida que se passou
Escassa de virtudes que teriam o poder de dotar o próprio destino
E não resistir mais às pulsões que conduzem aos mais belos sonhos
Ao transformar-se é o senhor de tuas necessidades
Na totalidade de sensações à correr pela alma
Que incendeiam horizontes aprisionantes
Levando à permanente reconstrução da pura liberdade de re significar os desejos
Cada qual com sua intensidade, sem nome, cor, causa ou bandeira