Placebo

Debruçar-se na janela e ver a vida pelos quadros

Se acomodar aos mesmos sons, sabores e direções

Em cada tela as mesmas imagens pintando a conformidade

Por possibilidades estáticas que envenenam a expansão da existência

No ócio intelectual seduzido por direções que se perdem

As mentes envelhecem, se dissolvem ao pó da terra onde nada mais brotará

Se extingue o bem que não se percebe, o tempo que transcorre silenciosamente

Autêntico, crava a dor mesmo sendo incorporal

E cala a essência humana, cerra os olhos da vida que se passou

Escassa de virtudes que teriam o poder de dotar o próprio destino

E não resistir mais às pulsões que conduzem aos mais belos sonhos

Ao transformar-se é o senhor de tuas necessidades

Na totalidade de sensações à correr pela alma

Que incendeiam horizontes aprisionantes

Levando à permanente reconstrução da pura liberdade de re significar os desejos

Cada qual com sua intensidade, sem nome, cor, causa ou bandeira

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 16/11/2012
Código do texto: T3989790
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