SONHO

Fecho os olhos para ver o teu rosto

plácido como um lago sem vento

Beijo os teus lábios mesmo em tua ausência

e navego em tuas curvas em meus pensamentos.

Lanço-me no abismo escuro do medo

tendo os meus olhos dois faróis

a contrariar as trevas da descrença.

Pouso suave no fundo, e de um só impulso

volto a superfície depois de clarear todo inferno dantesco.

Caminhei lento em meio aos desesperados

de orgulho e desamor,

enquanto tentavam me agarrar pelas vestes,

pois queriam arrancar-me o coração e os olhos.

Por um segundo, quase sucumbi ao medo,

ante aquela medonha ameaça...

E mais uma vez fechei os meus olhos.

- Escondi minhas luzes por trás de minhas pálpebras

E logo senti, em meu coração, uma doce presença

tal a elevar-me o peito e a alma.

E em um brado formidável disse a cabalística palavra

à meiga dama em meu peito.

Neste instante, não só meus olhos, mas todo o meu corpo cintilava.

E este ‘flash’ calcinou todos aqueles vis fantasmas

- Fê-los pó!

A doce presença, a dama, eras tu...

E a palavra cabalística?

Eu disse naquele brado que te amava.

***

O amor é frágil e dinâmico, porém reto como uma linha riscada com uma régua, nossos passos é que são sinuosos e inconstantes sobre esta linha. – Henrique Musashi Ribeiro