O ENCONTRO

A manhã fria

De sexta feira

Com ar primaveril

O vento gelado

Tocando a pele

Num beijo gelado

O sol frio, alheio

A ansiedade dando voltas

O coração do poeta palpitante

Não se manifestou

Observava a harmonia

Do momento marcado

Carimbando o livro da vida

Uma mão acenando

De dentro do carro

Fez o poeta tremer

Um olhar curioso

Caminhando a sua frente

Como seria o rosto dele

Quando os olhares se cruzaram

A surpresa boa para o poeta

Deu um sorriso

Capturou o sorriso a sua frente

Desenhou-o na alma

Para nunca mais esquecer

O olhar azul

Confundia com o céu

Daquela doce manha

O abraço carinhoso e demorado

O vento frio colaborando

A ternura do momento

Que se desenhava

Era mesmo uma pintura leve

Um poema escrito no pensamento

Daquelas duas almas

Que tomaram uma única atitude

Se enxergar.

Quebraram as barreiras

Da distancia

Os cabelos loiros

Nunca imaginados

Os olhares insistentes

Buscavam um no outro o reconhecimento

A sensação hipnótica

Do poeta encontrando alguém homônimo

De um primeiro amor, já adormecido

Fascinava, dando mais vida ao encontro.

O instante mágico acontecia

E podia ser tocado

Pois saia da expectativa

Remetido para o palco da vida

E podia ser sentido

Podia ser abraçado

Podia ser beijado

Podia ser acariciado

Podia ser admirado

E deliciosamente alojado no tempo

O poeta não cansava de olhar

Não queria parar de olhar.

O toque dos lábios

O beijo sonhado

O carinho aventureiro

Aos poucos ia se construindo

Uma fonte inesgotável de carinho

De ternuras acumuladas

De um sentimento sem sentir.

Horas se passaram.

O momento da despedida

O beijo de adeus

Um desejo carinhoso de boa viagem

E o momento passou

Deixou o toque suave das mãos

O sabor do beijo depositado

No sorriso do poeta

Deixou aviventado no coração

Aquele primeiro beijo da infância

Deixou uma saudade sem explicação

De um momento perfeito.

Perfeito demais para tornar realidade

Querido demais para deixar de ser sonho

Adormeci assim com ele em mim.

A sensação hipnótica

Do poeta encontrando alguém homônimo

De um primeiro amor, já adormecido

Para

O.E.G.

MARGARYDA BRITO
Enviado por MARGARYDA BRITO em 30/09/2012
Código do texto: T3908946
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