O COLIBRI E A ROSEIRA

 
Rodeio-te em mais uma primavera
Com voos flutuantes de paixões
Percebo que não é mais quem eras
Uma roseira farta de rosas e botões.
 
Deparei-te enfrentando as estações
Deste então nunca te deixei sozinha
Os vendavais e secas insanas, as razões,
De te amar sem temer os males que avizinha.
 
Agora depois de tantos maios
Percebo que não me vês como antes
Meu desejo a teu néctar profuso
Com o fulgor de velhos amantes.
 
Diante de tua frieza latente e casual
Alcei voos difusos e incertos
Tentando com meu retilíneo usual
Fecundar tuas rosas com desejos fartos.
 
O que adveio minha roseira plena
Meu coração de latejos incontáveis
Agora se recusa a pulsar e me condena
A morte que me rodeia em dias contáveis.
 
Roseira de adversas estações dúbias
Nega-me o amor que tanto floresceu
Nestes anos todos, meses, horas e dias,
Como quem nunca amou e viveu.
 
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 15/09/2012
Código do texto: T3883980
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