Palavras que bastam

Palavras que bastam

Rasguei meus discursos

os versos shakespearianos

os verbetes amorosos

a lírica de todo mundo

me desfiz do bardo elã

porque não preciso mais

declamar o que sinto

nos pedestais olimpos

nem nas brumas medievais

porque o que tenho a dizer

não passa de grão do grão

mas ouvido e tão aceito

pela sabedoria do coração

não, não direi excelsa flor

não, não direi oh! deusa

apenas te amo

não cantarei a doce musa

senão a mulher humana

não irei com mil floreios

se tenho calo na mão

veia humana no coração

se conheço o espinho

e minha boca de lábio

só sabe e só quer

dizer te amo...

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertão.blogspot.com