ANDANDO NAS NUVENS

 
 

Às vezes quando no chão pisamos
Dormindo, sonhando não notamos.
Isto porque sonhamos acordados
E deitados nas nuvens andamos.
Buscamos no vazio e no nada
O nosso amor de tantos desenganos.
   
No breu ou na penumbra da noite,
Fixamos os olhos no horizonte,
Sem limites, invisível e sem cor
Nele viajamos um mundo distante,
Às vezes movidos por certo pavor.
Numa viagem inglória e incessante.
 
Em segundos a gente se aprofunda.
Nas trevas ou mesmo no paraíso.
Daí um simples beliscão nos acorda,
Nos liberta do transe e do guizo.
Acaba-nos a andança nas nuvens
E recuperados voltamos ao juízo