DISTANTE DE TUDO
DISTANTE DE TUDO
Alheio,
não ouço nem leio,
nada vejo,
não tenho desejos,
ignoro tudo,
não me arvoro;
sou minha companhia,
quem me avalia
não me conhece;
nem sabe o que sinto;
as cores que pinto
a casa,
coisas,
a massa,
os coices
da vida.
Não me prendo
não me ligo
a ninguém;
sou ávido, atroz,
apto, capto
os sinais
o peso,
o terço,
o cais
torto.,
sem mar ...
Anseio...
mas não tenho pressa,
sigo as preces,
convivo com a espécies,
agora tudo cessa...
Tenho que ir
para o alheio
campo de centeio,
para os seios
que não me esperam,
para o epicentro do canto,
com a ânsia que me devora,
me consome calmamente ...
[gustavo drummond]