REDE NA VARANDA
 
Hoje olho para a rede na varanda
A descansar do meu corpo surrado
De dias infindos da terra seca do sertão
Que na espera das chuvas extemporâneas
Fazia-lhe companhia ouvindo o ranger
Da corda seca de agave em nó na viga de aroeira
Cruzando os meus sonhos com pesadelos
Dos dias vindouros a espera do amor
Que a cidade escondia revelando
Apenas em dias de novenas
E São João
Olho para a baixada e o plantio verde
Que me fez abandonar a rede na varanda
Deixando-a com a brisa fresca de instantes
Das chuvas escassas e rios nunca vistos antes
Que correm na caatinga apressados
Deixando rastros e o cheiro da terra seca
Por todos os lados como se fosse seu legado
Olho para o mundo enquanto encho o peito com ar puro
Penso no dia que trarei meu amor da cidade
Para deitar na rede e ficar me olhando
Enquanto colho os frutos da terra
Plantada mão a mão entre as chuvas escassas
Do meu imenso sertão
Olho para a rede na varanda
Que compartilha minha aflição
De um dia revelar minha paixão
E trazer meu amor da cidade segurando minha mão.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 16/07/2012
Código do texto: T3781603
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