DEIXAREI DE CANTAR
"Os poetas falam consigo próprios em voz alta. E só por acaso é que os ouve o mundo."  (G. B. SHAW)

Meu amor...
Não há sonhos para vender...
Nem esperança que se possa comprar...
O amor, meu amor, não está em liquidação...
O poeta, meu amor,
vai aderir à greve,
                                e junto com os mendigos
pretende colher todas as estrelas do céu
e deixá-las bem guardadas dentro do coração,
e quando de mim você se lembrar,
meu amor,
com toda certeza não as devolverei
mais, nunca mais...
Meu amor,
também vou guardar bem dentro
de minh'alma todas as flores da terra,
e quando, meu amor, 
de mim você se lembrar, também,
não as devolverei mais, nunca mais...
Porque hei-de tê-las cravadas no peito
do meu jardim desflorido,
sem estrelas ou luar.
Enfim, meu amor...
quando de mim você se lembrar,
como os pássaros que tombam
pelo tiro certeiro do caçador em tocaia,
eu também, meu amor, deixarei de cantar...



RayKorthizo Perez
Enviado por RayKorthizo Perez em 25/06/2012
Reeditado em 29/07/2012
Código do texto: T3744536
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.