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          DIÁLOGO COM O POETA          
"Nem o mármore, nem os monumentos dourados dos príncipes hão de sobreviverem a estes versos." (W. SHAKESPEARE)

RayKorthizo Perez, e a poesia?
- É uma bênção da cultura, busco-a como fonte de vida, - como para saciar a sede e a fome d'alma, comendo e bebendo...

- E então?
- Antes que venha o Inverno da Vida e disperse ao Vento do esquecimento, escolhamos uma ou outra que valha a pena conservar, ainda que não seja para a memória, ou talvez, para ela mesma, única e indizível no seu significado.

- Como que o poeta enxerga aquilo que se chamaria de seus Últimos versos?
- A outros versos eu já os chamei de minhas recordações poéticas. Enganei o público, mas de boa fé, porque a mim  me enganei primeiro. São protestos de poetas que sempre estão a dizer adeus ao mundo, e morrem abraçados ao louro - às vezes imaginários, porque ninguém os coroa. Eu pouco tinha mais de 15 anos quando publiquei certo poema, e jurei que eram os últimos versos que fazia. Que juramentos! Eis que, novamente aqui estou...

- A maioria das pessoas para os poetas só guardam o riso...
- Se dos meus rirem têm razão, mas saibam essas pessoas que eu também me ri deles, primeiro que rissem de mim...

- E qual o melhor tempo para a poesia, RayKorthizo Perez?
- Não se conta... Sou poeta na primavera, no estio e no outono da vida, hei-de sê-lo no inverno, se lá chegar, e hei-de sê-lo em tudo e por tudo. Mas, antes pensava que não, e nisso ia o erro, entende?

- Em que essência da inspiração situa-se a criação dessa obra sua?
- Tais poemas pertencem todos a uma época de vida íntima e recolhida, que, realmente nada tem a ver com outros poemas, que antes, fizera. Estes mostram mais ou menos o poeta que canta diante e para o povo.

- Quer dizer que são seus melhores versos?
- Não sei se são bons ou maus estes poemas; sei que gosto mais deles do que nenhum outro que fizera.

- Porquê?
- É impossível dizê-lo, mas é verdade. E como nada são por eles e nem para eles, é provável que o público sinta-os bem diversamente do autor. Que importa?

- Qual é o melhor juízo para a sua obra?
- Apesar de sempre se dizer e escrever desde o princípio dos séculos o contrário, parece-me que o melhor e mais reto juíz que pode ter um escritor ou poeta é ele próprio, quando não o cega o amor próprio, porque toda obra de arte só é boa quando ela nasceu por necessidade. É a natureza de sua orígem que a julga. E eu sei que tenho os meus olhos abertos, ao menos agora. Custa a um poeta, como custava a TASSO, e imagines não sendo TASSO, a queimar os seus versos, que são seus filhos. Gosto de todos, como pai, mas o sentimento paterno não pode impedir de ver os defeitos dos filhos. Enfim, não os queimo, nem os atuais, nem os outros, porque consagrei-os ao DEUS VIVO E VERDADEIRO. E o Deus que os inspirou, que aniquile se quizer; não me julgo com o direito de eu o fazer. Mas o público não imagine que este Deus, seja alguma divindade, meio velado com cendal transparente, pois que vejam bem claro que o meu Deus Verdadeiro, é realmente aquele misterioso, oculto e não definido no sentimento da alma que leva às aspirações de uma felicidade ideal, à glória o sonho de ouro do poeta.

- RayKorthizo Perez, a imaginação se realiza?
- A imaginação não se realiza nunca, ou quem sabe? A culpa talvez seja da palavra que é abstrata demais. Saúde, riqueza, miséria, pobreza, e ainda palavras com sentidos mais materiais,  como o frio e o calor, não são senão estados comparativos, aproximativos; ao infinito ou à essência da idéia poética em si, não se chega, porque deixaria de ser alcançando-a.

- Então, o poeta é um eterno insatisfeito?
- Melhor dizendo,  é um Ser diferente, um Ser maravilhoso, - quase mais que que um Ser humano comum, porque aspira sempre o impossível. Em verdade, não sei, não... Seria uma disputação mais longa e evidentemente não caberia aqui. No entanto, posso afirmar aqui, que estes poemas representam o meu estado de alma, nas mais variadas, incertas e vascilantes oscilações do espírito, que, tendendo o seu fim único, a posse do ideal, ora pensa tê-lo alcançado, ora pensa estar a ponto de chegar a ele - ora ri amargamente, porque reconhece o seu engano, ora se desespera de raiva impotente por ter credulidade vã.

- Por fim RayKorthizo Perez, qual é a sua mensagem ao público, além dos poemas?
- Deixai-os passar, gente do mundo, devotos do poder, da riqueza, do mando, ou da glória. Eles, não entendem bem disso, e vós não endendeis nada deles. Deixai-os passar, porque, eles, irão onde vós não ides; irão, ainda que deles zombeis, que os calunieis, que os assassineis. Irão, porque são espíritos, e vós sois matéria. E vós morrereis, eles não. Ou só morrrerão deles aquilo em que se pareceu e se uniu convosco. E essa falta, que é a mesma de Adão, também será punida com a morte. Mas não triunfareis, porque a morte não passa do corpo, que é tudo em vóz, e nada, absolutamente nada no poeta. Deixai-os , passar...
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ray_korthizo_perez7@hotmail.com

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58 anos. Divorciado. Tudo que necessito Deus me dá, e me dará. Deus dará...
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Livros publicados:
A Minha Apologia, em 1977;
Lágrimas de Homem, em 1978.
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Deus é bom o tempo todo.


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