Inefável!

Não intenciono convencê-la pela beleza das palavras,
Mas pela intensidade deste meu súbito afeto,
Mesmo porque ainda inexiste um eficiente meio de expressá-lo. 

Nem os fogos de artifícios,
Nem o troar dos trovões,
Alto falantes de comícios
Ou estribilhos de canções,
Nem os sinos das igrejas
Estrídulos a badalar,
Nem as armas das pelejas,
Em incessante sibilar.
E nada é tão suficiente,
Nem se expressa no repente, 
O que me obrigam a represar.
O que sinto só se sente,
Ou se lê, veladamente,
A todo instante e eternamente,
Em meu olhar, meu olhar, meu olhar...