Que não se torne comum
Sem saber a direção a ser tomada
Sem saber do que deriva a angústia
São apenas horizontes que se escondem
E a culpa se torna refém de si mesma
Sonhos que se esfarelam em incertezas
Caminhos tortuosos, sem partida e sem destino
E o tempo ferve sempre, e sempre
Nos passos que fogem da direção, nos olhos que se fazem cegos
Onde o temor sempre está por perto
Não se mostra, apenas se faz
Num sopro gelado aos ouvidos
No saber ou não saber se encontro o que procuro
Muitos são os sentidos que não conduzem a sentido algum
A força do desejo segue, turva e sem razão
Só mais um dia replicando o outro
Sentado na varanda admirando um horizonte fechado