Cantar medieval

Isadora tinha auroras

nos lábios - ,rosa anunciada –

abertos em madrugada,

àquele rapaz antigo.

Ele viera do tempo.

Gestos de antigas idades

eram ternura nas tranças de Isadora,

que de tempo também se fez.

Enlevos de amor,

como nos tempos de outrora ...

Ele era o cavaleiro

- senhor de tantas conquistas.

Isadora era a senhora

- mulher: deusa e pastora

Enlevos de amor,

como nos tempos de outrora,

entre vinhos e luares

e antigos cantos de jograis.

Isadora é rosa abandonada ao amor,

que flui em doces cantares

pelas ribeiras do tempo ...

E, no acalanto das cantigas,

à flor das águas do amor,

num barco de destino impreciso,

vêm navegando Isadora e o rapaz de outrora,

em novas histórias de amor

que o tempo vai escrevendo ...

Maria Felomena Souza Espíndola