É vento, é gelo... é fogo
O que dizer quando o silêncio não vem
Sua voz é uma constante melodia
Música que enjoei, mas insiste em se repetir
De tanto pedida tornou-se atrevida
E nem pede licença para entrar
Pobre fechadura de coração
Refém de uma terrível chave-mestra
O barulho não para, incomoda e grita
Lá longe o vento anuncia o frio
Um páreo duro para esse amor doentio?
Quem dera! Laço forte que não cede
Alternante feito criança, é gelo, é água
Às vezes brinca, fingindo ser o zero absoluto
Fecha-se numa redoma e evita ser congelado
Ajuda-me frio! Supere a frieza desse coração!
Lá longe a fumaça anuncia o fogo
Um páreo duro para esse amor doentio?
Quem dera! Laço forte que não cede
Alternante feito criança, é fogo, é chama ardente
Muralha de gelo que derrete até explodir
Utópica combustão sem fim que não dá lugar as cinzas
Ajuda-me fogo! Supere o calor desse coração!
O que mais posso dizer? Disse tudo e não ouvistes nada!
Já calado, insistes outra vez e me calo para não chorar
Essa brisa-mestra na saudade vai habitar
Porque em meu peito um amor novo quer brotar