FERIDAS QUE NÃO CICATRIZAM
 
Você pensa saber tudo,
Eu penso que nada sei,
Eles pensam saber demais,
Os outros se acham burros,
Somos nós, os humanos,
Com nossos erros e acertos.
Somos cheios de arrogo,
Somos todos prepotentes,
Assim somos os humanos.
Se eu falar que vou sair,
Você diz que está voltando,
Quando o calor me rodeia,
O frio está te congelando,
Quando cantas de alegria,
Termino por estar chorando.
Entre os baixos e os altos,
Nas estradas desta vida,
Ao mesmo tempo nós somos,
Textos das mesmas panelas,
Eixos das mesmas moendas,
Folhas tangidas no pântano,
Raízes do mesmo arbusto,
Cordas dos mesmos repuxos,
Viventes das mesmas fendas.
Penso saber quase tudo,
Pensas tu nada saber,
Eles pensam que são burros,
Outros creem ser eu, você.
São assim os desencontros,
Gerados em nossas vidas,
Doendo em nossos peitos,
Avivando as feridas,
Atiçando a fogueira,
Estourando os pulmões,
Machucando os corações,
Nas descidas ou ladeiras,
Você pensa saber tudo,
Eu penso em me calar,
Resultado da contenda?
Um pra lá, outro pra cá.
 
                Rio, 03/06/2012
             Feitosa dos Santos