Velhas Cartas
Abri cansado a mala antiga, abri
Melhor dizendo alguns velhos caixões,
Túmulo dos segredos de ilusões,
De alguns dos bons momentos que vivi.
Quando notei surgir em minha frente
Um pacote de cartas amassadas,
Estavam amarelas, descoradas
E que não queria vê-las francamente.
Mesmo assim as reli mui curioso,
Eram velhas epístolas de amor,
De um amor que partiu e me deixou
De coração ferido, pesaroso.
Um amor não se esquece facilmente,
Um grande amor jamais esquecer
Consegue-se, viver só por viver
Embrutece os princípios da gente.
Hoje, noutros caminhos caminhamos
E não nos encontramos nunca mais,
Esquecê-la também nunca e jamais
Esquecerei os sonhos que sonhamos.