AMOR DE LASCAR
 
Teus óios alumiaram meu distino
Teu beuço respingou alfinin
Aperreado de amor fiquei sem tino
Sem da fé fiquei de pantin
 
Descabriado da dor que sintia
Coiteiro de mim num resisti
Eita sufrimento sem carestia
Não tinha jeito de istruir.
 
Em uma agunia de amor de lascar
Senti no peito uma lonjura de mim
Nas brenhas do mundo fui peitar
Num quiria um amor assim.
 
Mas teu remeleixo dizia que sim
A secura me deixava afoito
Parecia pindurando em teu trancilim
Pra te satisfazer, te dar gosto.
 
Morena vem e tira essa mandinga de mim
Deixa-me viver a vida sem pelejar.
Você vem, adula-me, beija-me, ama assim.
Eu vou, ariado, vexado, pronto pra te adorar.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 29/05/2012
Código do texto: T3695032
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