RECONCILIAÇÃO

Um risco em torno de tua face, me lembra um rosto.Deixo minhas impressões não serem percebidas,finjo que tudo é novo e diferente.Ver teus lábios se mexendo pra mim é só mais um som, eu não consigo ouvir tuas palavras,não há ruidos.Lembrei-me de um tempo quando o amor era algo estranho, quando o amor era algo que poderia estar entre o céu e o infinito,e para estar perto era necessário apenas estar sobre as nuvens, apenas um voo.

Sabe esse medo que você sente agora? Esse medo que está fora e dentro ao mesmo tempo? Esse medo que está visivel em você agora, não em tuas palavras, mas no corar de tuas faces, e na angústia de teus olhos? Eu sinto isso também, não agora,não ontem, mas há muito tempo.Quando percebi que nosso amor corria perigo.Um perigo sem nome, que nos rondavam sempre que algo não estava bem, e que não conversavamos a respeito disso.

Enquanto divagava entre meus pensamentos você ainda estava balbuciano algo.Algo entre " eu ainda te amo" e "Sei que você me ama".Algo que beirava uma certeza sem fundamento.Uma certeza desesperada de que tudo "Vai ficar bem".

Eu não lhe dou a resposta tão esperada, mas lhe dou um meio sorriso e faço um sinal afirmativo com a cabeça.

Um abraço acontece.Um abraço frouxo, largo e que carrega em si uma distância muito maior que existe ali entre nós.

Aproveito um momento de distração de minha razão e um devaneio do meu coração e pronuncio um " sim" meio tímido, meio desacreditado.

Um " sim" meio " talvez" com um "que" de "eu não sei".

Eu realmente não sei...

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 16/05/2012
Reeditado em 16/05/2012
Código do texto: T3670229
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