Versos secos
Os olhos deslizam por inúmeras faces
Distantes do toque, presentes no desejo
Avulso em cantos e peculiaridades
Estímulos vazios escorrem pelo ralo
Vozes entrelaçadas alimentando o nada
Gritos de escória exaltando a futilidade
A alma se encontra longe do fascínio
O corpo embolora em pútridos propósitos
O conforto da sensação
Denunciado pela percepção
Queimam horizontes enganadores
E a fuga presencial continua
Secando a garganta, rasgando o peito
Conceitos dilacerados no ápice da loucura
Permeiam por pontos abertos
Em versos secos pro vento carregar