O homem e o espelho

Ausente, a alma se debate pelo corpo

Enjaulada num espaço escuro

Grita por minhas veias

E o tempo vai passando sem me perceber

Lugares não me despertam

Angústias não me comovem

Vícios não me preenchem

Doutrinas não me dominam

E a vida segue crua

Paixões a banhar os delírios na luxúria

Deuses rasgados pela lança da razão

Muros marcados por ideais que a chuva apaga

E fica tudo assim

Inafetavelmente conduzido pelo acaso

Acomodado no vazio

Face a face com os próprios anseios

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 02/03/2012
Código do texto: T3530757
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