O homem e o espelho
Ausente, a alma se debate pelo corpo
Enjaulada num espaço escuro
Grita por minhas veias
E o tempo vai passando sem me perceber
Lugares não me despertam
Angústias não me comovem
Vícios não me preenchem
Doutrinas não me dominam
E a vida segue crua
Paixões a banhar os delírios na luxúria
Deuses rasgados pela lança da razão
Muros marcados por ideais que a chuva apaga
E fica tudo assim
Inafetavelmente conduzido pelo acaso
Acomodado no vazio
Face a face com os próprios anseios