Pra que morrer?

Pra que morrer?

Deixar a vida nos braços do acaso

Calar os sonhos que ainda não aconteceram

Cegar a existência

Em braços cruzados sobre o peito

Pra que ausentar-se da dor?

Pra que cravar um ponto final na história?

Partir e deixar um vazio profundo e ardido

Encher de silêncio a lembrança de quando havia vida

Fazer surgir a saudade incurável da presença

Lágrimas que correm sobre fotos amareladas

Causas do fim, que vem sem avisar

Se anuncia delicadamente, mas não prepara

Quando vem nos atira recordações à mente

Mas nada vai voltar

A presença só vai ficar na lembrança

Agora a cadeira é vazia

Ao abrir o portão, o abraço é da ausência

Só restaram os momentos de quando havia a vida

Do olhar perdido que aos poucos ia me dizendo adeus

Mesmo contra sua vontade a alma cedia ao desgaste do corpo

A luta pela permanência chegava ao fim

A fragilidade decreta a perda

Na minha saudade se fará eterna a tua presença

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 11/02/2012
Reeditado em 19/03/2012
Código do texto: T3492828
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