SAGA
SAGA
Acordei tonto e confuso,
no meu sono erámos meu sonho,
trocávamos beijos de novela,
vivíamos coisas que nem sei
onde guardo, erámos um
canto lírico a capela,
voce rainha, eu seu rei,
superando divergências,
suplantando enganos,
afoitos, com paciência,
partilhando afagos, tragos
de nossos sumos ciganos,
nômades; andarilhos espaciais,
amantes loucos e especiais,
amar nossa especialidade,
sem limite de capacidade;
amor difícil de se ter,
por tão raro e latente ser,
varamos pontes,
olvidamos limites,
percorremos oleodutos,
molhamos a fronte,
ficamos de frente,
dividimos cantos e redutos,
sem acordarmos, despertamos
por tantos ciclos inconstantes,
nos fartamos
desse amar indefinido,
prazeirosos, convencidos
que tudo se resume
neste bem-querer
bem além do impossível.
[gustavo drummond]