Anjo sem asas
Meu coração está partido
E olhando para ele
Não vejo parte boa...
Hoje foi um dia perdido
Em que minha alma vagou à toa
Eu ouvi um anjo falar
Eu ouvi sem entender
Disse-me que tinha amor
Mas não me disse o que
Isso queria dizer
Tornou mais escura
Minha madrugada
Suas palavras sem explicação
Mas era um anjo que me falava
Roubava toda minha atenção
Eu o encontrei no meio
Da estrada
Eu ia, ele veio por traz
E me tocou com a mão
E falou comigo meio estranho,
Era o anjo da contradição...
Era o anjo da contradição
Eu não vi suas asas
Mas seus olhos de absolvição
Tornaram os meus mais claros
E começamos uma conversação
Que se intermediava de silêncios
Mas que por vezes palavras
Sentimentais me davam consolação...
Eu já não cria em algo assim
E vagava pelo mundo
Carregado de dor
A dor de ser sozinho
A dor de não poder entregar
O meu amor
Mas tudo, como mágica,
Pareceu-me possível
Ao falar com aquele anjo,
Uma Flor...
No entanto flores têm espinhos
E quando, numa sensação.
Quase silenciosa
Tive a chance de lhe falar sozinho
Ela me veio tenebrosa
E disse que não me podia dar
O seu carinho...
Ficamos horas em silencio
Eu a riscar o chão
A mostrar possíveis caminhos
Ela a observá-los
E a me ferir com seus espinhos...
Em fim chegou a hora morta
A hora de mortal desalinho,
Abri os olhos, era um sonho,
Um sonho que sonhei sozinho.
E dele apenas a lembrança
A me fazer sentir triste
E torna calado ao meu caminho...
Se pudera mais uma vez falar
Eu não queria
Anjo sem asas,
Anjo que não sabe voar,
Anjo que me fez cair,
Anjo que nao sabe sonhar,
Pois temo que as minhas palavras
Não só a mim
Mas principalmente a ti,
Possam machucar...
Adeus, adeus, e adeus...