De costas para o paraíso

Eu penso no passado

Em tudo o que um dia esteve em minhas mãos

Na ausência de valor, constante pelo descaso

Vejo que os ventos não sopram como outrora

O céu rubro arde minha face

Ando sobre meus jardins envenenados

Minha alma se debate enlouquecida

A essência do meu ser enjaulada em meu corpo

Clamo por vozes que já não posso mais ouvir

Por olhos que já não posso mais mirar

Pela pele alva distante de meu toque

Agora meus olhos vivem pra dentro

Vigiando a alma que teima em fugir de mim

Torturado por sádicos horizontes

Inundando-se de lágrimas

Um universo escuro, infinito e silencioso

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 10/01/2012
Código do texto: T3433358
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