De costas para o paraíso
Eu penso no passado
Em tudo o que um dia esteve em minhas mãos
Na ausência de valor, constante pelo descaso
Vejo que os ventos não sopram como outrora
O céu rubro arde minha face
Ando sobre meus jardins envenenados
Minha alma se debate enlouquecida
A essência do meu ser enjaulada em meu corpo
Clamo por vozes que já não posso mais ouvir
Por olhos que já não posso mais mirar
Pela pele alva distante de meu toque
Agora meus olhos vivem pra dentro
Vigiando a alma que teima em fugir de mim
Torturado por sádicos horizontes
Inundando-se de lágrimas
Um universo escuro, infinito e silencioso