O Rei do Nada

Hoje me vejo estático

O tempo castiga o vazio do meu ser

Olho pela janela sem saber pelo que esperar

Sinto o cheiro do medo que sobe do solo molhado

A chuva surra o vidro

Trovões bombardeiam minha mente

Mais uma vez grito entre os surdos

Tento colocar pra fora o que me rasga por dentro

Não quero um final feliz

Quero descobrir o que se parece comigo

Deixar de ser a fênix da escória

Possuir-me pelos sons que banham minha alma

Escarrar em sorrisos podres que tentam me possuir

Cravar o punhal em abraços amargos

Rubros olhos da perdição que assolam minha inocência

Caminhar por minha pureza suja pela luxúria divina

Dou as costas para meus horizontes

Cansei de sua zombaria por serem inalcançáveis

Cuspo em sua direção e sorrio por enganar a vida

Agora sigo meu caminho, sou o senhor de meus passos

Guilherme Moura
Enviado por Guilherme Moura em 13/12/2011
Código do texto: T3387588
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