O Rei do Nada
Hoje me vejo estático
O tempo castiga o vazio do meu ser
Olho pela janela sem saber pelo que esperar
Sinto o cheiro do medo que sobe do solo molhado
A chuva surra o vidro
Trovões bombardeiam minha mente
Mais uma vez grito entre os surdos
Tento colocar pra fora o que me rasga por dentro
Não quero um final feliz
Quero descobrir o que se parece comigo
Deixar de ser a fênix da escória
Possuir-me pelos sons que banham minha alma
Escarrar em sorrisos podres que tentam me possuir
Cravar o punhal em abraços amargos
Rubros olhos da perdição que assolam minha inocência
Caminhar por minha pureza suja pela luxúria divina
Dou as costas para meus horizontes
Cansei de sua zombaria por serem inalcançáveis
Cuspo em sua direção e sorrio por enganar a vida
Agora sigo meu caminho, sou o senhor de meus passos