Bobo oco
Meu senso de humor
É quase do mesmo tamanho
Da minha rabugice.
Você se diverte e se irrita
Na mesma medida;
Querida, o equilíbrio é minha pseudofilosofia.
Pisando em ovos
E fazendo omeletes com as cascas,
A sua frigideira tem o óleo certo
Para minha vã culinária;
Querida, sou um lagarto vestindo pétalas de dália.
Te ofereço flores
Com aroma de amor de verdade,
Acredite em minhas palavras,
Já que minhas atitudes soam como fraudes.
E da minha boca saem piadas sem graça,
Verdades contestáveis e mentiras mofadas.
Ah, quem dera eu ser seu príncipe encantado,
Me aproximo mais do desencanto sem herança,
Sem encanto e sem reinado.
Querida, sou um bobo oco, sem corte e apaixonado.
13/12/2004