Bobo oco

Meu senso de humor

É quase do mesmo tamanho

Da minha rabugice.

Você se diverte e se irrita

Na mesma medida;

Querida, o equilíbrio é minha pseudofilosofia.

Pisando em ovos

E fazendo omeletes com as cascas,

A sua frigideira tem o óleo certo

Para minha vã culinária;

Querida, sou um lagarto vestindo pétalas de dália.

Te ofereço flores

Com aroma de amor de verdade,

Acredite em minhas palavras,

Já que minhas atitudes soam como fraudes.

E da minha boca saem piadas sem graça,

Verdades contestáveis e mentiras mofadas.

Ah, quem dera eu ser seu príncipe encantado,

Me aproximo mais do desencanto sem herança,

Sem encanto e sem reinado.

Querida, sou um bobo oco, sem corte e apaixonado.

13/12/2004

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 08/12/2011
Reeditado em 08/12/2011
Código do texto: T3377870