Caso de Amor
Sim, eu amo!
Por mais romântico,
E idiota, que possamos
Imaginar isso tirânico.
Autoritarismo do sentir,
Quando desejamos esse tudo,
Que é um nada por tão absurdo,
Ainda assim, gozamos ao reproduzir.
Queremos o outro do outro,
Como se fosse um “nós mesmos”,
Isso é algo de racionais loucos,
Perdidos, dando lógicas a esmo.
Caleidoscópio de paixões,
Arco-íris de desejos,
Que belo o medo,
Por ao seu lado ter emoções.
Em vez de carneiros,
Nos sonhos sua fisionomia,
Povoando oníricos celeiros,
Fazendo de pasto a minha euforia.
Importa pouco essa razão de sentido,
O coração infla por alegria,
Somos de natural selvageria,
Ao nos entregarmos ao dito proibido.
Casais por estarem casados,
Cisnes de pescoços entrelaçados,
Compondo uma música de embriagados,
Onde os efeitos sem causa dão resultados.
Quando mergulharmos um no outro,
Deixemos diluir preconceitos,
Integrados em um profundamente raso poço,
Para tudo na vida dando um jeito.
Soltaremos sonoras risadas,
Iluminando noites opressoras,
Com beijos selados boca a boca,
Amantes de uma eterna madrugada.