SINTO-ME POESIA
SINTO-ME POESIA
No balanço do berço agitado,
coberto de versos de cetim,
filho da sensibilidade e percepção,
atento a minúcias e detalhes;
um ode ao belo e elevado,
crescente, me sinto assim ...
acróstico e oração,
esmero nos entalhes,
inquieto, provocante ...
Canto o imperceptível,
sonhos, miragens,
flores em movimento,
sublimando o indizível,
dando cordas nas paisagens,
criando movimentos marginais,
unindo o casto ao lascivo,
o pasto ao tinto vinho,
pelos verbos, pelos sinais,
explícito (in)conclusivo,
solitário sem estar sozinho.
Disso faço meu canto,
das madrugadas afônicas,
do amor enquanto
suave e crônico,
idas e vindas, pernoites,
em estalagens banais,
metáforas são açoites,
o escuro não é só noite,
alma a parte; afagos carnais.
[gustavo drummond]