JEITO DE AMAR

JEITO DE AMAR

Amo o amor dos cativos,

distantes de suas amadas,

instantes de tédio dolorido,

conservam o sentimento nativo,

entre enguias, enseadas,

amar preservado, subnutrido,

mantido por fé, por ser puro

mesmo despojado de badulaques,

crença no distante futuro,

por conhecer o ser amado,

verter tantas lágrimas vírgens,

ter raízes, pilares, orígem;

sobrevivente de tantos ataques

de solidão; solitário, solícito,

tantos meandros engredados,

tantas noites mal dormidas,

tantos sonhos abortados;

todo sofrer é passageiro,

todo amor é essência da vida,

por alicerces de granito sustentado.

[gustavo drummond]