Tempo do amor
Irrigado meu corpo,
um jardim nasce
ao soprar do setembro.
Às dálias, rosas e jasmins,
bafo da noite orvalhada...
Ouço sopro de gelo
entre vida e morte
e beijo sozinha.
A rainha tira a roupa,
fragrante... exuberante...
As dores farfalhudas
soltam as raízes e voam
até abrandar a fúria.
Carrego as eras do tempo
nas rugas do corpo...
Mas...
Da madrugada sem fôlego
ao esboço do dia,
és Primavera em mim.
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2011 – 5h33