Tudo aquilo que tenho

O desejo do impossível

Quando se torna real,

Não mais é desejável.

A dor que alimenta o sonho

Quando passa, já não é mais lembrada.

Tudo aquilo que tenho

Não passa de bobas lembranças

Que carrego comigo,

No bolso das calças, rasgadas.

Por isso sonho algo novo todo dia

Pois ao guardá-los, insistem em fugir,

Por frestas que eu mesmo deixei.

E fazendo da vida, um enorme retalho

De sonhos e desejos,

O possível não mais me contenta,

Pois me acostumei a viver grandes amores.

Pois amores mornos para mim

Hoje, parecem ser vãos.

Assim como pássaros que o baterem as assas,

Seguem o vento e em algum momento o coração.