DEVANEIOS

DEVANEIOS

Cívilmente apaixonado,

coração de colibris e rosas

uma ponte entre o pré e o pós,

elos entrelaçados em cadeia,

atados por nós, só nós,

a mente viajando por coisas e cais,

por placebos e quintais,

refletindo o vermelho da alma,

aspergido de gotas grotescas,

um hiato entre o sub e o sobre,

submerso, sobreposto,

essas idéias vãs,

no afã de petrificar a inquietude,

personalizar a intimidade,

diante da veracidade

dos fatos e fotos,

lembranças de momentos bons.

Em estado de amor,

se entregou até sangrar,

melindrar o infinito,

vasculhar as entranhas,

varrer a poeira,

se contagiou de manhas,

destravou a cegueira,

graças ao amor latente,

seguiu publicamente

apaixonado.

[gustavo drummond]