Pequena
Pequena, teus olhos acendem fogueiras,
Apenas me esquente nesta noite friorenta,
Apenas me alimente nesta noite traiçoeira,
Apenas me agüente nesta noite violenta.
A solidão quer me mastigar vivo,
Mas ainda te tenho,
Não desista deste horrível narciso.
Pequena, me ajude a destruir fronteiras,
Me lembre que já fui um infante diante das brincadeiras,
Me lembre que já tive centenas de esperanças derradeiras,
Eram mágicas, porém eu ignorava suas belezas.
Haviam tantos roteiros criativos feitos sem querer por mim mesmo,
Tantas trilhas,
Fábulas macias, psicodélicos desenhos.
Meu amor por ti vai tirar de mim
Aquele miserável tatuado com fogo,
Teus magros braços com pele de éden
Vão enroscar-me, apontando-me o belo lago logo.
Sei que teus mantras diários
Hipnotizam-me para me desvendar,
Então este problemático e obeso lagarto
Vai reerguer os membros trágicos
E se entregar às alturas das velhas e sábias árvores.