LAGAMAR
LAGAMAR
Para ela, porto seguro da minha vida náufraga,
Escreverei centúrias de poemas
E cantarei em manhãs de sábado
No nosso leito luminoso.
Eu, prisioneiro na torre de um castelo insular,
Livre, pelas bênçãos de setembro...
Soberano, pelo amor da nossa casa.
Subjugado, apenas, pelo querer
Do seu amor indestrutível.
Fonte de verve, força e doçura.
Oásis no deserto abrasador
- Senhora minha. Musa da minha retina:
Seu abraço é a melhor parte do dia.
Nesse mares dos tempos por onde vou,
Ela é meu sextante, rota e lagamar...
A um só tempo nau e sentido da viagem
E eu vou por ela...
Porque, no ocaso, antes que se apague a luz
Na clarabóia dos olhos,
Será dela meu último afago,
Meu último verso.
A última gota, do meu amor eterno...